Em reunião na manhã de quarta-feira, dia 3/9, os representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos (ECT) apresentaram ao Comando de Negociação a proposta de reajuste salarial de 6,5% (com referência no IPCA).
O índice é o mesmo proposto na semana passada pela empresa para reajustar os valores dos benefícios oferecidos pela ECT.
Dirigentes de entidades sindicais de todo os Brasil que compõe o Comando de Negociação, estão reunidos com representantes da ECT, em Brasília.
Acompanhe a seguir um resumo com as principais discussões ocorridas na mesa de negociação da Campanha Salarial 2014.
ECT alega que Postal Saúde não tem problemas
ECT oferece 6,5% de reajuste em todos os benefícios
A empresa não discutiu e nem apresentou uma proposta para o item Vale Transporte/Combustível.
O Comando questionou os gastos da empresa em propaganda e marketing.
Os representantes da ECT disseram que o retorno do investimento é considerável.
A empresa reiterou que não vai pagar o Vale-Cultura com os valores retroativos e não deu data para implantar o benefício.
Os cipeiros e dirigentes sindicais terão direito a um ano e meio de estabilidade após o término do mandato.
Não houve avanços nas cláusulas: Desconto Assistencial.
O Comando defende que o desconto seja efetuado a todos os trabalhadores incluindo os não filiados.
Os trabalhadores que não aceitarem o desconto serão ressarcidos porque todos se beneficiam do acordo coletivo firmado entre a ECT e os sindicatos.
A direção da empresa voltará a discutir essa questão.
Não houve avanço em relação aos acordos anteriores sobre o fornecimento de documentos e manuais da ECT para os sindicatos.
Foram debatidas as Disposições Gerais, abrindo o ponto sobre a questão do Concurso Público e os trabalhadores terceirizados.
Após um amplo debate não houve acordos.
A empresa diz que vai fazer o Concurso Público, mas não sabe quando.
A ECT não atendeu a reivindicação dos trabalhadores relativa ao pagamento da PLR, a qual o Comando dos Negociação propôs uma PLR linear sem metas e critérios.
ECT desrespeita negociação com a categoria
Na manhã do dia 20/08, a direção da ECT deixou os representantes do Comando de Negociação dos trabalhadores esperando por três horas sem prestar qualquer explicação.
Um informe da empresa enviado ao Comando de Negociação afirmava que os representantes da ECT propuseram uma mesa unificada de negociação com a FENTECT e a FINDECT.
No período da tarde a ECT apresentou as suas propostas para os itens Saúde do Trabalhador e Disposições Gerais.
A ECT afirmou que irá apresentar uma proposta para os jornalistas, bem como uma nova proposta para o trabalhador estudante.
ECT esconde informações financeiras do Comando de Negociação
No dia 14/08, a ECT apresentou as informações financeiras onde apontou um déficit operacional de R$ 345 milhões.
O dirigente da entidade do Sintect/SC, Giovani Zoboli, representante dos trabalhadores dos Correios de Santa Catarina, está em Brasília, participando da Mesa de Negociação sobre a pauta de reivindicação.
Giovani Zoboli questionou os representantes da ECT porque a empresa já havia informado que houve crescimento da receita.
"Na hora de negociar a pauta de reivindicação a empresa utiliza o mesmo o discurso de todos os anos para negar o aumento salarial para os trabalhadores", comenta Giovani e continua: "A categoria não deve se deixar convencer por essa justificativa".
Balancete financeiro da ECT
A ECT apresentou um balancete financeiro destacando que no primeiro semestre de 2014 houve prejuízo de cerca de R$ 345 milhões, entretanto, os dados estão maquiados, pois ao mesmo tempo mostra que a receita obteve crescimento.
A empresa diz que 60% de suas receitas são destinados ao pagamento e benefícios dos funcionários.
Questionada sobre quanto deste valor é gasto com os gestores em comparação ao quanto é gasto com os trabalhadores e qual é renda per capita de cada um, a empresa não optou por não apresentar as informações, demonstrando que o problema são os altos salários dos cargos comissionados e os cargos de alto escalão da ECT.
Outra forma que a empresa busca crescer seu faturamento é com a terceirização.
O CorreiosPar foi criado para ampliar essa possibilidade. E com a criação da Postal Saúde a ECT reduz as despesas médicas para com os trabalhadores, cortando contratos com os médicos e convênios e assim piorando o atendimento.
TST e o pagamento da PLR
Em reunião com o TST o Comando expôs para o ministro Ives Gandra a situação da PLR.
O ministro disse que defenderá o mesmo valor da PLR do ano passado, R$ 940,00 e a reunião com a ECT deverá ocorrer na próxima semana.
A discussão sobre a PLR está acontecendo próxima a negociação do Acordo Coletivo, e por isso tem conotação de golpe para desmobilizar a categoria para a Campanha Salarial, naquilo que mais interessa a empresa, o ACT 2014/2015.
Uma PLR com valor próximo de R$ 1.000 aparentemente enche os olhos do trabalhador, entretanto isso é uma armadilha, para evitar que a categoria lute pela conquista dos itens da pauta de reivindicações.
O ministro Ives Gandra também defendeu o fim dos critérios para o pagamento da PLR.
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