Opinião: Morte de trabalhador no CEE Santo André deve servir de alerta para os Correios
Essa tragédia evidencia não apenas a precariedade das condições de trabalho nos Correios, mas também a aparente falta de preocupação da empresa com a segurança dos ecetistas.
O acidente que causou a morte do ecetista Mozzart Lopes dos Santos, ocorrido no Centro de Distribuição de Encomendas - CEE de Santo André/SP, completará um mês nas próximas semanas.
Essa tragédia evidencia não apenas a precariedade das condições de trabalho nos Correios, mas também a aparente falta de preocupação da empresa com a segurança dos ecetistas.
Em centenas de Centros de Distribuição pelo país ou nas ruas, diariamente, trabalhadores dos Correios enfrentam situações que colocam em risco sua saúde e integridade física.
No CEE de Santo André/SP, relatos de trabalhadores que estavam próximos ao local do acidente indicam que os carrinhos hidráulicos — equipamentos essenciais para o transporte de paletes — estavam fora de operação por problemas técnicos, situação que pode ser atribuída à falta de manutenção.
Como consequência, Mozzart precisou movimentar manualmente uma carga de livros.
O desequilíbrio causado pelo peso das caixas fez com que elas tombassem, atingindo o trabalhador.
Com o impacto, Mozzart caiu, batendo a cabeça no chão.
Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado ao Hospital Christóvão da Gama, onde permaneceu internado em estado grave, vindo a falecer no dia seguinte.
Em nota, o presidente dos Correios lamentou o ocorrido e afirmou que as condições de trabalho no local foram inspecionadas e consideradas regulares.
Entretanto, essa tragédia levanta questões sobre a falta de investimentos em segurança, a ausência de manutenção adequada dos equipamentos e a sobrecarga de trabalho imposta aos funcionários, fatores que podem ter contribuído para o acidente.
A diretoria do Sintect/SC contesta a alegação da empresa e afirma: Regular não é suficiente.
É imprescindível garantir melhores condições de trabalho, porque nenhum trabalhador deve sair para trabalhar sem a certeza de voltar para casa.
Mozzart Lopes dos Santos dedicou 32 anos de sua vida aos Correios.
Sua morte é um lembrete doloroso de que é necessário priorizar a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.