RODA DE CONVERSA - Promove discussão sobre a urgência na implementação de políticas destinadas a garantir a igualdade racial
A CUT-SC promoveu um encontro na Escola Sindical Sul, em Florianópolis, terça-feira, dia 28/11, reunindo dirigentes sindicais para uma profunda discussão sobre o racismo.
O Secretário de Combate ao Racismo da CUT-SC, Hélio Samuel de Medeiros, participou do encontro 'Roda de Conversa',e enfatizou a importância de não apenas negar o racismo, mas também de combater ativamente essa questão nos diversos espaços, especialmente dentro da CUT e nos sindicatos.
Durante o encontro de vozes, se fizeram ouvir, cada uma trazendo uma perspectiva única e experiências impactantes.
A professora Vanessa da Rosa, por exemplo, compartilhou sua vivência como a segunda mulher negra a ocupar uma cadeira de deputada estadual, destacando os desafios enfrentados no ambiente parlamentar.
"O espaço político é intrinsecamente hostil e desencorajador para nós, mulheres negras", lamentou Vanessa.
"Para ocupar esse espaço, é crucial estarmos preparadas e unidas, tendo acesso à formação e capacitação, além de enfrentar o desafio de buscar financiamento", desabafou, ressaltando a importância da preparação e apoio para enfrentar os obstáculos.
Ao longo de seu mandato na Assembleia Legislativa, Vanessa apresentou cinco projetos de lei que priorizavam a implementação de uma educação antirracista e um olhar mais atento para a população negra em Santa Catarina.
O professor Márcio de Souza, ex-vereador de Florianópolis e atual Secretário Estadual de Igualdade Racial e Combate ao Racismo do SINTE-SC abordou a questão do racismo em Santa Catarina, apontando como essa problemática está profundamente enraizada na política no estado.
"O debate sobre classe, gênero e raça precisa ser encarado como uma estratégia pelos sindicatos", ressaltou Márcio.
"Se a implementação de cotas se tornou necessária, é porque houve uma insuficiência política em compreender a centralidade desse tema. Precisamos mudar nossas abordagens e ações", concluiu ele, enfatizando a importância de uma mudança de mentalidade e práticas para enfrentar efetivamente o problema do racismo estrutural.