Categoria em Santa Catarina rejeitou a proposta da ECT para o Acordo Coletivo

A empresa apresentou uma proposta com 68 itens, sugerindo um reajuste de 3,18% ou 90% do INPC, acordo bianual, sem aumento real, com pagamento a partir de janeiro de 2024, e a partir de agosto, um reajuste de 100% do INPC, apenas nos benefícios.

Ecetistas provenientes de várias regiões do estado se reuniram na sede do Sintect/SC, na terça-feira, 22/8, para deliberar sobre a proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentada pela empresa como parte das negociações da Campanha Salarial dos trabalhadores dos Correios.

A empresa apresentou uma proposta com 68 itens, sugerindo um reajuste de 3,18% ou 90% do INPC, acordo bianual, sem aumento real, com pagamento a partir de janeiro de 2024, e a partir de agosto, um reajuste de 100% do INPC, apenas nos benefícios.

No entanto, a proposta ignorou questões cruciais presentes na pauta de reivindicações dos trabalhadores dos Correios, como as mudanças no plano de saúde, explicou o dirigente do Sintect/SC, Fernando Alegre, membro do Comando de Negociação do ACT.

A categoria não deve minimizar a atual situação nos locais de trabalho, que carece de uma proposta que reflita uma melhoria substancial nas condições de trabalho.

Portanto, é crucial que a Campanha Salarial reúna mais ecetistas nas assembleias, pois a luta do sindicato sempre visou melhorar as condições de trabalho, razão pela qual os trabalhadores exigem a realização de um Concurso Público pela falta de recursos humanos nas Unidades.

- A união das nossas forças é de suma importância para demonstrar nossa determinação em buscar nossos direitos, rejeitando qualquer alternativa que ofereça menos do que merecemos. A menos que haja um reconhecimento claro de que estamos buscando nossa valorização, é provável que seja rejeitada qualquer proposta futura. - assegurou o dirigente Érico dos Santos.
 
 
 
Dirigente enfatizou a insatisfação da categoria 
 
O Secretário de Assuntos Jurídicos do Sintect/SC, Josiel Reis destacou que os trabalhadores de base estão unidos para lutar pelo direito de todos. 
 
- Independentemente do governo, seja ele progressista, pelo qual lutamos muito para eleger, é evidente que ninguém deve esquecer o esforço que empenhado para eleger esse governo. Não podemos simplesmente aceitar que, após sairmos de um governo conservador, onde enfrentamos muitos desafios, agora, com o governo que ajudamos a construir, tenhamos que nos submeter. Não abaixamos a cabeça nem mesmo quando enfrentamos adversidades. Imagine agora, com o governo que contribuímos para estabelecer. Estamos em um contínuo processo de construção, especialmente porque estamos apenas no primeiro ano do novo governo. O que estamos buscando é simplesmente o que merecemos", afirmou Josiel Reis.
 
Sindicato atuou em defesa dos MOTs
 
Na sequência o Secretário Geral do Sintect/SC destacou a atuação da entidade em pressionar a empresa para regularizar os pagamentos aos MOTs. 
 
- Se os salários dos Mots não fossem pagos até aquele dia, 22/8, o sindicato convocaria uma paralisação. Embora a entidade não seja formalmente a representante dos terceirizados, já lideramos uma greve no CEE e estamos prontos para realizar outra em nível estadual. Não podemos aceitar o desrespeito às mães e pais de família que dependem do salário e do vale-alimentação, sofrendo com atrasos de até 10 a 12 dias no pagamento. Imaginem estar com o armário vazio ou não conseguir pagar o aluguel", afirmou Hélio Samuel de Medeiros, Secretário Geral do Sintect/SC.
 
Pouco antes do início da assembleia, os pagamentos haviam sido efetuados.
 
Categoria solicita a realização de Concurso Público 
 
- De nada adianta firmarmos uma proposta se o problema central nos Correios, que não é exclusivo da minha Unidade, mas sim da maioria delas, são as condições de trabalho que enfrentamos - afirmou o dirigente sindical Alexandre  Sérgio Jahn do CDD Blumenau.
 
No cotidiano, a categoria lida com uma carga excessiva de objetos.
 
- Poderíamos ter trazido muitos mais colegas para esta reunião, no entanto, vários trabalhadores não compareceram precisamente devido à sobrecarga que estão enfrentando. Costumávamos começar nosso expediente às 7h da manhã, mas agora estamos iniciando às 6h30, e frequentemente estamos encerrando nossas atividades bem mais tarde. Torna-se extremamente desafiador proporcionar entregas e desempenhar um trabalho de qualidade. É por isso que a questão das condições de trabalho precisa ser solucionada no Acordo Coletivo de Trabalho - finalizou Alexandre.
 
A Carteira e delegada do Sintect/SC Elisandra Oliveira Rodrigues do CDD Balneário Camboriu destacou que o maior problema é a sobrecarga. 
 
- Os trabalhadores estão esgotados. Ontem, por exemplo, trabalhei das 7h da manhã até 19h30 da noite. É imprescindível promovermos uma greve, pois é necessário que alguém nos escute. Enfrentamos problemas físicos e mentais, muitos de nós já não possuem plano de saúde devido ao alto custo, levando diversos colegas a deixarem de pagar por não conseguirem arcar com esses gastos. Se as condições já são difíceis hoje, há o risco de que amanhã se tornem ainda mais desfavoráveis, especialmente se não pressionarmos pela realização de um Concurso Público. - contou Elisandra. 
 
Trabalhador do suporte pede mais atenção  
 
- No momento, desempenho funções na área de suporte e percebo que há trabalhadores sendo deixados à margem, o que se aplica ao suporte não apenas onde eu trabalho, mas em todas as Unidades - destacou Marcos Tramontini que atua na assessoria jurídica do Complexo Operacional e Administrativo.
 
O suporte constitui um setor dentro da estrutura dos Correios, onde os trabalhadores carecem de uniformes, treinamento e oportunidades de progressão profissional. 
 
- Consequentemente, estamos sendo amplamente negligenciados. Por isso, gostaria de solicitar uma atenção mais dedicada aos trabalhadores de suporte em todas as Unidades - solicitou Marcos Tramontini.
 
O ecetistas ainda aproveitou para pedir mais atenção às mulheres trabalhadoras dos Correios.
 
- Adicionalmente, quero salientar que nossa empresa tem uma maioria masculina, o que enfatiza a importância de direcionarmos uma atenção especial às mulheres que trabalham nos Correios. Infelizmente, muitas vezes as mulheres são tratadas com desrespeito, enfrentam sobrecarga e, como cidadãos e representantes da categoria, é crucial considerarmos a questão da mulher na sociedade. É imperativo que prestemos uma atenção mais focada às necessidades das mulheres. - concluiu Marcos Tramontini.
 
Assembleia encerra com o compromisso da categoria em manter e ampliar a luta
 
A direção do sindicato expressou um profundo agradecimento pela presença de todos na assembleia, tanto física quanto virtualmente.
 
- Reconhecemos a dificuldade de participar da assembleia após um dia de trabalho exaustivo, tendo de lidar com a sobrecarga de trabalho, se desdobrando em razão da a falta de pessoal, além de horas extras que não deveriam sequer ser necessárias. Genuinamente reconhecemos a presença daqueles que compreendem a importância da mobilização em defesa dos direitos dos trabalhadores dos Correios. - concluiu o dirigente Érico dos Santos. 
 
Assembleia lotada 
 
Diversas cidades estiveram representadas na assembleia com trabalhadores vindos de diferentes regiões do estado para participar, tanto pessoalmente na sede, quanto virtualmente, por meio de nossas redes sociais:
 
Santo Amaro da Imperatriz
Itajaí
Florianópolis (Administrativo, Sul e Norte)
Biguaçu
Jaraguá do Sul
São José
Blumenau
Itapema
Itapoá
Tubarão
Barreiros
Balneário Camboriú
Guaramirim
Lages
Tijucas
Concórdia
Joinville
Palmitos
Palhoça
São Francisco do Sul
Araranguá
 

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