Suspensão da implementação do novo Ensino Médio: o que está acontecendo e por quê?

Nenhuma disciplina foi excluída do currículo antigo, elas somente serão trabalhadas de maneira diferente do que era feito.

O Novo Ensino Médio foi instituído pela Lei 13.415, aprovada em 16 de fevereiro de 2017, e começou a ser implementado em 2022 em todo o país, tanto em escolas públicas quanto privadas. 
 
O novo modelo prevê itinerários formativos, nos quais o aluno terá as quatro áreas do conhecimento divididas por ano ou semestre e poderá escolher uma disciplina extra para se aprofundar em uma das áreas ou na formação técnica e profissional. 
 
Os conteúdos divididos em áreas do conhecimento são similares às do Enem: Linguagens e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da natureza e suas tecnologias; e Ciências humanas e sociais aplicadas. 
 
Nenhuma disciplina foi excluída do currículo antigo, elas somente serão trabalhadas de maneira diferente do que era feito. 
 
O objetivo desta implementação é fazer com que o aluno saia do ensino médio com uma formação ou com conhecimentos específicos que o ajudem a entrar no mercado de trabalho, sem precisar de um diploma de formação superior.
 
No entanto, em 5 de abril de 2023, o Ministério da Educação publicou uma portaria suspendendo a implementação do Novo Ensino Médio (NEM). 
 
Foi determinado um prazo de 60 dias para que houvesse uma reestruturação da política nacional. 
 
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que não há possibilidade de revogação do Novo Ensino Médio no entanto o MEC decidiu suspender o calendário de implantação e propor a realização de uma consulta pública para debater os caminhos com a sociedade. 
 
Entre as propostas de professores, técnicos e especialistas, a melhor opção seria a realização de uma Conferência Nacional de Educação para discutir esse modelo para o ensino médio.
 
Uma das críticas à mudança é que as horas dos itinerários poderiam ser destinadas a disciplinas consideradas essenciais, como matemática, português e geografia. 
 
Além disso, as dificuldades para implementar os itinerários formativos vão desde a má remuneração dos professores até a falta de estrutura, investimentos e capacitação dos professores, afetando especialmente alunos de escolas indígenas, quilombolas, rurais, de assentamentos, EJA, Fundação Casa e escolas em regiões pobres e cidades menores ou bairros periféricos. 
 
Outro problema é que metade dos municípios do Brasil tem uma escola de ensino médio que mal consegue oferecer uma formação padrão para todos.
 
O governo precisa melhorar as condições físicas da escola para implementar o novo ensino médio. 
 
O Brasil é o único país que tem uma escola única do ensino médio onde todos estudam a mesma coisa, e isso começou quando tivemos um regime de excessão não democrático. 
 
Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos, Canadá e países da Europa e da Ásia têm um ensino médio muito parecido com o que temos agora, com uma base e itinerários para os alunos escolherem. 
 
A ideia da mudança do novo ensino médio não é ruim entretanto é preciso consultar os alunos para saber sobre o que desejam aprender para construir os itinerários a partir destes interesses.
 
Por que o Ensino Médio mudou?
 
No dia 14 de dezembro de 2018, o ministro da Educação, Rossieli Soares, aprovou o documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que visava a reestruturação do ensino básico brasileiro. 
 
Essa reestruturação foi motivada por diversas razões, incluindo os baixos resultados em provas internacionais como o PISA, bem como a percepção evidente de que os estudantes que concluíam o ensino médio apresentavam lacunas inaceitáveis em sua formação. 
 
Além disso, argumentava-se que o ensino médio se concentrava excessivamente em informações enciclopédicas, sem aprofundamento em áreas específicas do conhecimento.

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