O que podemos esperar para a Campanha Salarial 2021/2022
Sem dúvida vamos enfrentar muitos desafios pois essa será a
Campanha Salarial mais importante dos últimos tempos,
diante da decisão do governo Bolsonaro privatizar os Correios.
Na terça-feira, dia 13/4, o Secretário Geral do Sintect/SC Hélio Samuel de Medeiros participou do debate online com os dirigentes sindicais do Sintect/PB Alex Albino e do Sintect/RN Esiêda Andrade e com o Secretário de Comunicação da Fentect, Emerson Marinho, quais serão os desafios para a categoria na Campanha Salarial 2021/2022.
"Vamos enfrentar muitos desafios e sem dúvida essa será a Campanha Salarial mais importante dos últimos tempos, considerando que no ano passado o nosso Acordo Coletivo sofreu com a política do governo Bolsonaro, que retirou todas as cláusulas de benefícios conquistados pela categoria", antecipa Hélio Samuel.
Os benefícios dos trabalhadores dos Correios sempre representaram uma conquista pois reajuste salarial e melhoria das condições de trabalho nunca foram propostas apresentadas pela empresa na Campanha Salarial.
"A diferença em lidar com um governo de direita em comparação a um governo de esquerda, nos estamos sentindo agora, já nas primeiras Campanhas Salariais, em 2019 e 2020, além da certeza de que o governo Bolsonaro encaminharia o processo de privatização dos Correios, o trabalhador perdeu direitos históricos", destacou o dirigente sindical Jacques dos Santos Bitencourt.
A categoria nunca ganhou nada, sempre foi necessário lutar: realizando paralisações e pedindo a compreensão e o apoio da população.
"Somos trabalhadores dos Correios, vivemos o cotidiano desta empresa, e por isso, percebemos o crescimento da estatal com o suor do nosso trabalho", destacou o dirigente do Sintect/SC Luciano Alves.
"Mesmo assim, seja qual for o governo, nós nunca ganhamos nada", volta a reforçar Hélio Samuel.
A empresa não estabeleceu uma política de reajuste salarial, sempre optou pelo desgaste da imagem da categoria, perante a opinião pública.
A proposta dos trabalhadores na mesa de negociação leva em conta o lucro obtido pelos Correios, o crescimento da quantidade de entregas de objetos postais e correspondências e a falta de condições adequadas de trabalho.
Atualmente, os produtos do e-commerce, soma boa parte do faturamento da estatal.
As mudanças sempre ocorreram nos Correios, a diferença agora, é que o trabalhador, aprendeu a não aceitar que as pessoas que mais trabalham nesta empresa, são aquelas com o pior salário.
"Nos temos que ter como premissa reconquistar tudo que perdemos e avançar mais ainda, só a unificação dos trabalhadores e de todas as categorias é que poderá nos trazer a vitória", completa o dirigente Jacques.
A intenção de privatizar os Correios tem como objetivo entregar mais uma vez um patrimônio brasileiro, reconhecido pelo seu caráter social, para ser explorado por pessoas que vão dar continuidade a desvalorização do trabalhador, semelhante ao que vem sendo feito pelo governo Bolsonaro.
Nenhum trabalhador de chão de fábrica, acredita que vai enriquecer, trabalhando nos Correios, mas todos precisam ter condições de trabalho porque como prestadores de serviço para a população: "Queremos continuar prestando um bom serviço", lembra o dirigente Luciano.
Não adianta pensar apenas no lucro, na economia, e deixar de lado milhares de vidas, que dependem desta empresa para continuar sobrevivendo.