SINTCOM-PR E SINTECT-SC se unem em debate para enfrentar privatizações

Evento aconteceu na Assembleia Legislativa de Santa Catarina com centenas de trabalhadores de estatais.

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Centenas de trabalhadores, deputados e senadores debateram formas de enfrentar a política de desmonte do Governo Bolsonaro/Paulo Guedes que ataca setores estratégicos nas áreas de educação, energia, ciência, tecnologia e informação, serviços postais de cartas e encomendas, por meio da privatização de empresas públicas.
 
Um debate na Assembleia Legislativa marcou o lançamento em Santa Catarina da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional e Contra as Privatizações na manhã da segunda-feira (14).
 
Participaram do evento representantes de diversos setores cujas privatizações vêm sendo anunciadas pelo governo federal.
 
Presidida pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN), a Frente foi lançada no Congresso Nacional no último dia 3 e já foi apresentada no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
 
Uma das medidas emergenciais da Frente é dar visibilidade à população sobre os ataques que irão afetar a todos. 
 
“A estratégia deles é desmerecer os trabalhadores. Quem gera riqueza, passou a ser o vilão. É preciso dar conhecimento, que é poder. Que esse Congresso não fique tão indiferente aos seres humanos, porque só veem cifras. Nunca vi nenhum país sair de uma crise sem investimento do Estado, não é tirando poder de compra dos trabalhadores brasileiros”, destacou Zenaide. 
 
A integração de todas as categorias é a base do enfrentamento, de acordo com a diretora de Comunicação do SINTCOM-PR, Baiana (Silvana Mendes). 
 
“Esse Governo nos retira direitos com um rolo compressor. É preciso que cada categoria, cada sindicato, saia do isolamento e se some na luta unificada contra as privatizações que irão exterminar nossos empregos”, apontou.
 
Ela acrescentou que a participação nesses fóruns e eventos conjuntos traz uma bagagem de conhecimento essencial para a luta, além de propiciar maior entrosamento e cooperação com trabalhadores de outros sindicatos. 
 
O ex-senador Roberto Requião, presidente de honra da Frente, chama a atenção para a estratégia de distração usada pelos entreguistas da soberania nacional.  Para ele, o governo Bolsonaro não termina o mandato. 
 
“Bolsonaro não vai até o fim, mas me irrita o coro “fora Bolsonaro” porque ele é um fantoche, está aí para divertir a opinião pública.
 
O modelo econômico adotado no Brasil é o da barbárie. Enquanto ficamos rindo do Bolsonaro e do Eduardo [filho do presidente], o Guedes eo Rodrigo Maia avançam com a privatização e legislação.
 
Há um clima de mudança e a população está percebendo isso. Vamos organizar essa frente, mas vamos ter nela escrúpulo ideológico que a direita não tem, mas está criando condições de serem devorados na sequência”, apontou Requião. 
 
Durante o evento, cada representante sindical pode falar por três minutos expondo os principais dados e defendendo a importância estratégica das empresas e bancos públicos, assim como das universidades. 
 
Nos próximos dias, será divulgada a Carta de Florianópolis, contendo um resumo e um conjunto de ações para o enfrentamento do desmonte do Estado e a luta pela soberania nacional. A Carta será assinada pelos representantes de todas as entidades que estiveram presentes na reunião.  
 
 
Participação dos dirigentes do Sintect/SC na Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional e Contra as Privatizações
 
O secretário geral do SINTECT-SC, Gilson Vieira, citou os principais serviços ofertados à população que não serão substituídos pela iniciativa privada. As agências dos Correios emitem e alteram CPF, Carteira de Trabalho, entregam vacinas, livros didáticos, provas do Enem, urnas eletrônicas, também levam os disquetes das votações aos TREs em tempo recorde, no dia das eleições. 
 
Gilson citou como o Governo tem manipulado a opinião pública para justificar a privatização dos Correios espalhando mentiras. Uma delas é que a entrega da estatal seria a única solução para acabar com a corrupção na estatal e que a empresa pega dinheiro público para se manter. 
 
Os Correios são autossustentável, não retiram dinheiro da União, pelo contrário, repassa parte dos seus lucros. O rombo no Postalis, calculado em cerca de R$ 11,5 bilhões, está sendo pago pelos trabalhadores, numa dívida que já se tornou impagável e um dos fraudadores é, justamente, Paulo Guedes. 
 
A ECT não possui monopólio sobre encomendas, somente cartas, que se trata de serviço de segurança nacional. São aproximadamente 100 mil funcionários, sendo 55 mil carteiros e 20 mil atendentes que prestam um serviço social e de integração nacional que as empresas privadas não vão incorporar. 
 
“Temos que manter as empresas públicas para termos saúde, segurança e educação. O Governo Bolsonaro não construiu nada e não tem um único plano para a melhoria de vida da população. Um Governo que tem plano de liberação de armas, mas corta recursos da educação, já não presta para nada.Vamos às ruas pela soberania nacional”, afirmou Vieira. 
 
 
Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional e Contra as Privatizações 
 
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul, o deputado federal Pedro Uczai (PT/SC) explicou que a iniciativa reúne senadores e deputados federais com entidades da sociedade civil para debater a soberania nacional. 
 
“Qual é o futuro do Brasil? Fortalecer as empresas privadas brasileiras? Fortalecer as estatais? Ou privatizá-las?”, indagou. Segundo ele, a experiência histórica nas nações que privatizaram setores semelhantes provocou a diminuição do serviço público, além de reduzir a qualidade e encarecer os serviços públicos. 
 
“Na área de água, saneamento e energia, por exemplo, 844 empresas no mundo foram reestatizadas. Os países tiveram que assumir novamente por causa da queda na qualidade. Aqui no Brasil falamos de Correios, Eletrobras, Petrobras, Serpro, Casa da Moeda ou de setores de bancos públicos”.
 
Além do ex-senador do Paraná Roberto Requião (MDB), outras lideranças políticas que vieram a Florianópolis foram o senador Esperidião Amin (PP/SC) e o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS). Participaram ainda estudantes e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), trabalhadores do sistema bancário, da Petrobras, Dataprev, dos Correios e movimentos por moradia, indígenas e quilombolas.
 
Fonte: Cinthia Alves, SINTCOM-PR com informações da Agência Alesc / Claudio Lucio Augusto, Assessoria de Comunicação, Sintect/SC

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