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Há 40 dias representantes dos trabalhadores dos Correios
entregaram para Guilherme Campos, presidente da ECT, a proposta da categoria
para o Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 (ACT).
Ontem pela manhã, dia 19/9, durou apenas 30 minutos a
reunião entre o Comando de Negociação e os técnicos dos Correios, escolhidos
para negociar a pauta de reivindicações.
A promessa feita pelos membros da ECT, do lado patronal, ao
Comando, era apresentar a proposta para negociação das questões de saúde e para
a pauta econômica do ACT.
Entretanto, sem oferecer uma proposta econômica a empresa
apenas deu continuidade a política de cortes de direitos com a exclusão de
cláusulas importantes como benefício ao trabalhador.
Entre outras alterações consta a redução dos dias de
ausência remunerada para levar dependentes ao médico. Quem tem algum dependente
em casa com problemas de saúde sabe quão duro essa proposta vai atingir sua
vida.
Antes disso, após cancelar por duas vezes a reunião com o
Comando, quando o encontro foi realizado, os negociadores da estatal trouxeram
uma proposta chamada pela categoria de \'pacote da maldade\'.
O nome é a reedição do título dado as Reformas e as ações de
governo para reduzir e retirar direitos trabalhistas e previdenciários.
Entre outras coisas a ECT pretende acabar com o pagamento de
horas-extras. Esse modelo seria substituído pela compensação por meio de banco
de horas. O descanso vai substituir a renda com hora-extra.
Quem ainda sonha em prestar Concurso Público para os
Correios corre sério risco de ficar sem essa possibilidade.
A proposta é acabar com a contratação por meio Concurso.
Sendo assim, é evidente, a estatal está preparada para
incorporar a Reforma Trabalhista e a lei da terceirização - com a possibilidade
de contratação de trabalhadores terceirizados para exercer qualquer função na empresa.
Substituir um trabalhador concursado e contratar um
funcionário terceirizado estaria mais fácil se a dispensa estiver condicionada
ao item do Acordo Coletivo Trabalho (ACT) onde a empresa propôs a exclusão dos
textos que dificultem ou criem barreiras para a execução da Dispensa Motivada.
Na categoria, os Carteiros são aqueles que mais sentem o
calor e o sol forte do período da manhã durante as entregas das encomendas.
Por isso, durante os últimos anos os sindicatos lutaram para
conseguir que nas regiões atingidas pelas altas temperaturas o Carteiro
realizaria a entrega somente no período da manhã.
O sistema mal foi implantado, por determinação do TST no
Acordo Coletivo 2014/2015, e neste ano a empresa propôs extinguir o item do
ACT.
Além de evitar problemas de saúde a entrega matutina reduz
um outro problema nos Correios - os assaltos a Carteiros.
A afirmação tem base em estudos da Segurança Pública do
Estado de São Paulo que demonstra que a quantidade de assaltos aumenta no
período da tarde.
O horário preferido para praticar o crime é à noite
(50,03%), seguido da tarde (18,14%), manhã (15,98%) e madrugada (15,70%).
Esse dado serve de alerta para outro problema: - os assaltos
as Agências dos Correios.
As entregas de encomendas provenientes de compras pela
internet e a prestação de serviços bancários - Banco Postal, nas Unidades de
atendimento ao cliente dos Correios, aumentaram o número de assaltos as Agências.
Por isso, não só os dirigentes do Sintect/SC, mas entidades
em todo o país, travam uma batalha jurídica para obrigar a ECT a instalar
sistema de segurança nas Agências dos Correios.
Nesta situação, como se pode observar, os trabalhadores dos
Correios em greve não estão lutando por melhores salários, mas sim, pela
garantia e preservação da própria vida, para exercer sua atividade com tranquilidade.
Na proposta, os negociadores dos Correios propõem a
substituição da segurança armada das Agências - situação rara em muitos estados
- por um conjunto básico de proteção ao patrimônio e não a vida - cofre com
fechadura eletrônica, alarme monitorado e circuito fechado de TV.
Por fim, em caso de acidente de trânsito, o trabalhador
motorizado não terá uma comissão paritária para avaliar a responsabilidade, sendo assim, o motorista será responsabilizado e culpado pelo
sinistro.
A lista de retirada de direitos no pacote de maldades é
extensa e por isso em Santa Catarina, na última terça-feira, dia 19/9, a
maioria dos trabalhadores sindicalizados que estiveram no auditório da FETAESC
durante a assembleia optaram pela greve.
- Somos uma categoria que sofre a cada greve porque as encomendas não param de chegar, mas, infelizmente não temos outra opção. Essa é a nossa luta, queremos o serviço público e de qualidade para todos - finaliza o Secretário Geral do Sintect/SC Giovani Zoboli.
Fonte: www.sintectsc.org.br
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