Trabalhadores dos Correios participam de audiência pública na Assembleia Legislativa
Categoria lota Plenarinho da ALESC para acompanhar a Audiência
Pública e debater sobre a precarização dos Correios.
Categoria lota Plenarinho da ALESC para acompanhar a Audiência Pública e debater sobre a precarização dos Correios
Na noite desta terça-feira, 11/7, os trabalhadores dos Correios, membros da CSP-Conlutas, representantes de partidos políticos ocuparam as cadeiras do Plenarinho Paulo Stuart Wright, na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, para participar da Audiência Pública proposta pelos Deputados Silvio Dreveck e César Valduga. A audiência foi solicitada pelo presidente da Comissão de Legislação Participativa apoiado na Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público e Contra a Privatização das Empresas Estatais de Santa Catarina.
A audiência é parte das ações dos dirigentes do Sintect/SC, para resolver os problemas da categoria, expondo o cotidiano dos Correios na visão dos trabalhadores. Com isso, a direção da entidade aproveita o espaço de debate para também colocar as reivindicações da categoria na agenda política.
Durante a audiência, o Secretário Geral Giovani Zoboli falou sobre o fato da profissão ter se tornado uma atividade de risco, considerando a falta de manutenção dos veículos de trabalho e a inexistência de sistemas de segurança para clientes e Atendentes Comerciais nas Agências do estado.
- Os problemas que atingem a categoria não são de hoje, principalmente no que se refere a falta de Concurso Público. Hoje, os Correios estão com 112 mil trabalhadores e o projeto é reduzir esse número de funcionários.Em Santa Catarina, de 2007 pra cá houve redução de cerca de 900 funcionários. Cada vez mais a população exige da gente melhor atendimento mas é impossível dar conta da demanda. Acreditamos que a falta de investimento cria uma justificativa para privatizar a ECT. A precarização se materializa, por exemplo, com o fechamento das Agências. Em muitas cidades o único Banco que existe é o Banco Postal. Essa medida prejudica diretamente a população. Outra questão, é a segurança dos trabalhadores. Os veículos estão sem manutenção com três Carteiros tendo de revezar o mesmo veículo para trabalhar. Nos estamos nesta audiência pública para debater esses problemas com a sociedade e pressionar os gestores da estatal para dar solução a situação e atender a população como ela merece -, disse o dirigente Giovani Zoboli.
Na sequência, o dirigente Gilson Vieira apresentou relatório, elaborado por uma consultoria independente, dissecando as informações - econômicas e administrativas - de conhecimento público, sobre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
- Estamos vivendo uma crise política no país que atinge os Correios. O governo, em estudo realizado em 2012, apontava a necessidade de um efetivo de 131 mil. O máximo que a empresa chegou a ter de funcionários foram 125 mil em 2014 e depois disso esse número veio sendo reduzido, com os planos de demissão incentivada. O número de objetos postais cresce a cada dia e com isso a empresa obtém lucro, mas no discurso aponta um déficit financeiro e quem paga a conta são os trabalhadores e a população. Por ser uma estatal, a empresa de Correios deveria prestar um serviço social, usando seus dividendos em prol dos seus funcionários e para atender muito bem a população -, falou Gilson Vieira durante a apresentação do relatório.
O sindicato solicitou à Assembleia Legislativa o envio de moções contra o fechamento de agências da ECT, a realização de Concurso Público para Santa Catarina, a falta de segurança em várias agências, a precarização das condições de trabalho em virtude, principalmente, da falta de funcionários, e o sucateamento dos veículos.