Ecetistas Catarinenses falam sobre como é trabalhar nos Correios

A estatal conta com mais de 22 mil mulheres em seus quadros nas funções de Carteiras, Atendentes, Operadoras de Transbordo, Técnicas, Analistas e Gestoras.

Como você se sente enquanto mulher, trabalhando nos Correios?  “Forte”, respondeu Ivanir Mannes, 46 anos, Agente de Correios no CDD Biguaçu. Já para a trabalhadora Ester Pereira da Silva, 48 anos, Carteira Motorizada no CDD Palhoça, as dificuldades começam no momento em que liga a moto até o fim do expediente, quando retorna para a Unidade. 
 
- É preciso ter habilidade para andar no trânsito, muitas vezes desviar dos cachorros e proteger as encomendas da chuva - explica Ester.
 
Para a Carteira, Ivanir Mannes, na função desde 2013, pior que o peso da bolsa é sair com centenas de objetos para fazer as entregas durante os dias mais quentes do ano. 
 
A ecetista Kaciani Bortoli, 41 anos, Atendente Comercial, na AC Vargem, critica a falta de contratação de efetivo em um momento onde a empresa está obtendo lucro, principalmente pelo aumento na quantidade de encomendas com a popularidade das compras online. 
 
Quando Kaciani sofreu um acidente de trabalho, foi reabilitada e passou a realizar atividades fora de sua função.  
 
A trabalhadora conta que acredita ter sido vítima de  assédio moral  e  ao comunicar para o gestor que havia lesionado as costas  recebeu como resposta a seguinte frase: 
 
- Seu lugar é no INSS, não adianta só estar na Agência.  
 
- Me senti muito mal, chorei muito, falei com os supervisores, mas ninguém reconheceu que ocorreu assédio moral! - lamenta Kaciani.  
 
A Carteira Motorizada Ester sentiu na pele situação semelhante. 
 
O gestor questionou a capacidade da Carteira para realizar as entregas, afirmando que “mulher não aguenta muito em cima de uma moto”.  
 
Nos Correios, os motoristas homens são responsáveis pela maioria dos acidentes por queda e colisão. 
 
Ester está há 15 anos realizando as entregas de moto e nunca sofreu nenhum acidente. 
 
- Hoje ele diz que eu dirijo igual homem - lamenta Ester, pela falta de capacidade do gestor em reconhecer a qualidade do trabalho de uma mulher. 
 
SAÚDE DO TRABALHADOR
 
Ester Pereira fala que é preciso dar atenção aos problemas de saúde dos funcionários, principalmente em relação às questões físicas. 
 
- Trabalhamos arduamente em prol da empresa, e quando nos vimos diante de problemas de saúde, ao qual teríamos que mudar de função, não temos apoio nenhum, e simplesmente a empresa nos oferece a função com metade da remuneração, que não atende às nossas necessidades - reclama Ester.  
 
A trabalhadora se viu obrigada a continuar na mesma atividade, mesmo tendo a saúde prejudicada. 
 
LUTA SINDICAL
 
Muitos dos direitos conquistados com a luta da categoria foram retirados do Acordo Coletivo de Trabalho. 
 
Kaciani acredita que o sindicato deve lutar pelo retorno dos benefícios perdidos no ACT e deve manter a luta por um plano de saúde que atenda a categoria com dignidade. 
 
Ivanir sugere que seria muito bom se fosse possível assegurar na pauta de reivindicação a gratuidade para a realização de exames preventivos de câncer de mama e do colo do útero.  
 
Por fim, Kaciani acredita que as mulheres precisam ocupar mais cargos de chefia e Ivanir lembra que os Correios nunca tiveram uma mulher como presidente da empresa.  
 
- Quando olho, vejo a força que as mulheres fazem todos os dias para demonstrar a sua capacidade, acho isso importante, mas o fato é que não precisamos provar mais nada a ninguém, todos sabem do que somos capazes. - destacou Ester. 
 
A trabalhadora tem um olhar racional sobre as mulheres nos Correios. 
 
Por isso, é importante ressaltar que são elas, sempre com um olhar generoso que estão à frente das melhores ideias para que o trabalho possa fluir.   
 
De acordo com a assessoria de comunicação dos Correios, a estatal conta com mais de 22 mil mulheres em seus quadros nas funções de Carteiras, Atendentes, Operadoras de Transbordo, Técnicas, Analistas e Gestoras.
 

8 de Março - Data tem início na luta de operárias por direitos

 
Em 1908, 15 mil mulheres marcharam em Nova York, nos Estados Unidos, pedindo redução da jornada de trabalho, melhores salários e direito ao voto.
 
Em 1911, as condições de trabalho eram péssimas e as trabalhadoras chegavam a trabalhar 16 horas diárias, foi neste cenário que ocorreu um incêndio em uma fábrica nos Estados Unidos, na Triangle Shirtwaist Company, que matou 146 trabalhadores — 125 mulheres e 21 homens (na maioria, judeus).
 
A tragédia expôs as más condições enfrentadas pelas operárias  na Revolução Industrial.
 
Protestos contra a fome e a Primeira Guerra Mundial tomaram conta da Rússia em 1917.
 
Mulheres russas saíram às ruas exigindo “pão e paz” e começaram uma greve no que seria o dia 8 de março. 
 
Com a revolução bolchevique, a data foi oficializada entre os soviéticos como celebração da “mulher heróica e trabalhadora”.
 
Em 1975, a Organização das Nações Unidas oficializou o Ano Internacional da Mulher juntamente com o 8 de Março, para lembrar suas conquistas políticas e sociais. 
 
História das mulheres nos Correios
 
Em 1890, o Decreto Nº 372- A, foi o primeiro regulamento da República em relação aos telégrafos que criou uma seção técnica que estabelecia que esposas e filhas dos telegrafistas poderiam ser admitidas como suas auxiliares nas estações.
 
Mulheres pioneiras nos Correios
 
Maria Luiza Soares Fontes, a primeira mulher a se formar em engenharia elétrica e mecânica no Brasil. Luiza estudou no Instituto de Engenharia de Itajubá (MG) e concluiu o curso em 1950. Ela trabalhou no setor de padronização do Plano Postal, que pertencia aos Correios e Telégrafos, no Rio de Janeiro. 
 
Mulheres nos selos
 
Em 2019, a série “Mulheres que Fizeram História” trouxe várias personalidades que marcaram época em várias áreas: Elza Soares, Hortência, Hebe Camargo, Carolina Maria de Jesus, Maria da Penha e Aracy de Carvalho Guimarães Rosa. Os selos dos Correios já homenagearam as baianas Joana Angélica e Maria Quitéria, protagonistas destacadas por historiadores por sua atuação na sociedade colonial.
 
Fonte – BBC / ASCOM

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